sexta-feira, 30 de abril de 2010

Iniciação

Foi numa dessas manhãs sem sol que percebi o quanto já estava dentro do que não suspeitava. E a tal ponto que tive a certeza súbita que não conseguiria mais sair. Não sabia até que ponto isso seria bom ou mau — mas de qualquer forma não conseguia definir o que se fez quando comecei a perceber as lembranças espatifadas pelo quarto. Não que houvesse fotografias ou qualquer coisa de muito concreto — certamente havia o concreto em algumas roupas, uma escova de dentes, alguns discos, um livro: as miudezas se amontoavam pelos cantos. Mas o que marcava e pesava mais era o intangível.

Lembro que naquela manhã abri os olhos de repente para um teto claro e minha mão tocou um espaço vazio a meu lado sobre a cama, e não encontrando procurou um cigarro no maço sobre a mesa e virou o despertador de frente para a parede e depois buscou um fósforo e uma chama e fumei fumei fumei: os olhos fixos naquele teto claro. Chovia e os jornais alardeavam enchentes. Os carros eram carregados pelas águas, os ônibus caíam das pontes e nas praias o mar explodia alto respingando pessoas amedrontadas. A minha mão direita conduzia espaçadamente um cigarro até minha boca: minha boca sugava uma fumaça áspera para dentro dos pulmões escurecidos: meus pulmões escurecidos lançavam pela boca e pelas narinas um fio de fumaça em direção ao teto claro onde meus olhos permaneciam fixos. E minha mão esquerda tocava uma ausência sobre a cama.

Tudo isso me perturbava porque eu pensara até então que, de certa forma, toda minha evolução conduzira lentamente a uma espécie de não-precisar-de-ninguém. Até então aceitara todas as ausências e dizia muitas vezes para os outros que me sentia um pouco como um álbum de retratos. Carregava centenas de fotografias amarelecidas em páginas que folheava detidamente durante a insônia e dentro dos ônibus olhando pelas janelas e nos elevadores de edifícios altos e em todos os lugares onde de repente ficava sozinho comigo mesmo. Virava as páginas lentamente, há muito tempo antes, e não me surpreendia nem me atemorizava pensar que muito tempo depois estaria da mesma forma de mãos dadas com um outro eu amortecido — da mesma forma — revendo antigas fotografias. Mas o que me doía, agora, era um passado próximo.


Não conseguia compreender como conseguira penetrar naquilo sem ter consciência e sem o menor policiamento: logo eu, que confiava nos meus processos, e que dizia sempre saber de tudo quanto fazia ou dizia. A vida era lenta e eu podia comandá-la. Essa crença fácil tinha me alimentado até o momento em que, deitado ali, no meio da manhã sem sol, olhos fixos no teto claro, suportava um cigarro na mão direita e uma ausência na mão esquerda. Seria sem sentido chorar, então chorei enquanto a chuva caía porque estava tão sozinho que o melhor a ser feito era qualquer coisa sem sentido. Durante algum tempo fiz coisas antigas como chorar e sentir saudade da maneira mais humana possível: fiz coisas antigas e humanas como se elas me solucionassem. Não solucionaram. Então fui penetrando de leve numa região esverdeada em direção a qualquer coisa como uma lembrança depois da qual não haveria depois. Era talvez uma coisa tão antiga e tão humana quanto qualquer outra, mas não tentei defini-la. Deixei que o verde se espalhasse e os olhos quase fechados e os ouvidos separassem do som dos pingos da chuva batendo sobre os telhados de zinco uma voz que crescia numa história contada devagar como se eu ainda fosse menino e ainda houvesse tias solteironas pelos corredores contando histórias em dias de chuva e sonhos fritos em açúcar e canela e manteiga.



Caio Fernando Abreu. *-*

domingo, 25 de abril de 2010

Não há

"Teus olhos são como a luz da lua e a tua voz como o som do mar. O teu silêncio é o meu refúgio e o meu conselho pra caminhar. No teu abraço renasce um sonho, no teu carinho disfarço a dor. O nosso amor é maior do que tudo, é compromisso, é imortal. Não há ninguém que tão bem me faça; não haverá nunca houve igual! Eu te amo, pra sempre.


comu aqui *-*

Ontem.

Finalmente pude provar o sabor dos teus lábios, os quais fora impedidos de que eu tocasse por muito tempo por certos motivos alheios, e pude descobrir que são viciantes, assim como a sua mão na minha cintura enquanto escutavamos aquela música e nos moviamos conforme a letra.

sábado, 24 de abril de 2010

Processo mental

"Olha, eu estou te escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não queria que fosse assim. Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa"


Caio Fernando Abreu *-*

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Você não me deixa... você não sai de dentro de mim, como eu posso continuar vivendo com a falta do seu sorriso me mostrando o quanto minha alma era suja por não entender a pureza dele.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Um vazio ...

"Chorei três horas, depois dormi dois dias.Parece incrível ainda estar vivo quando já não se acredita em mais nada. Olhar, quando já não se acredita no que se vê. E não sentir dor nem medo porque atingiram seu limite. E não ter nada além deste amplo vazio que poderei preencher como quiser ou deixá-lo assim, sozinho em si mesmo, completo, total."


Caio F. Abreu *-*

#Confissões - Nos seus braços é o meu lugar

Seus braços e abraços me fazem ter vontade de reviver tudo denovo, já não sei onde estive o tempo todo em que você me procurava, me pergunto se um dia voltarei a ser feliz novamente, se voltarei a sorrir todos os dias com seu sorriso, e me parece uma certeza tão grande de que vou estar sempre perto de você, quanto a certeza de que eu tenho de que te amo mais que a mim mesma...


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Roubando um pouquinho a coluna do Vinni *-*

Probleminhas.

Olá pessoas, vocês devem ter notado que o nosso outro autor, o Vinnizinho, sumiu de uma hora pra outra, pois é, o blog não foi com a cara dele e não o deixa mais postar D:
Para não 'cortar' ele diretamente do blog ao qual ele se dedicou por pouco tempo mas com carinho, eu vou postar no lugar dele, as coisas que ele escreve, mas sempre dando créditos ao autor, claro ^.^
E se um dia for possível, é claro que o chamarei pra ser autor novamente *-*

Vinni <3

sábado, 17 de abril de 2010

Na verdade

Eu nunca precisei do brilho dos seus olhos, na realidade eu não sabia que eles brilhavam antes.
Minha convicção sobre você se tornou inédita, jamais imaginei querer ou sentir você dentro de mim de maneira tão explicita.
Talvez seja fácil de enxergar ou talvez a transparência das doces e inevitavelmente doloridas palavras minhas, te ceguem a ponto de não entender meu sentimentos.
Gostaria de conhecer mais a minha própria essência, porque vejo que sem entendê-la te confundo, faço da sua mente uma típica ilustração de ilusão, algo inimaginável, único.
Você deve sentir ódio, ou talvez aquele amor que incomoda tanto que te deixa irritado, todas as vezes que eu passo diante de ti e demonstro um carinho indiferente ou desacreditado demais.
Você deve se sentir inferior quando eu sorrio pra você e provo que jamais sorrirei dessa maneira pra outro alguém. Isso deve te deixar pensativo, pois você sabe que o quanto difícil entender os meus sinais.
Eu me defino cada vez que penso no seu amor, na sua face tão ingênua. Não se entregue, mas entenda: 'o amor que sentes é meu, aceite-o e faça-o com carinho.'


Autora: Paula Stéfano.

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Paula minha linda, *-*

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Viver a dor...

(E o amor nos separou de novo
e eu queimo por você na escuridão
E eu sinto assim... nos seus beijos
E eu morro por você)

Não chore, meu bem, a escuridão vai me levar
Zelo por ti, mas sua tristeza gela minhas mãos
E todo o veneno que eu deixei você bebe por mim
Te espero aqui pra te entregar meu coração..

Viver a dor
(e eu vou viver a dor)
Viver a dor
(não mais, não mais, não mais, não mais!)


Viver a dor - Gloria.

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Gloria é tudo man. *-*

Isso é tudo



Você não vai encontrar caminho nenhum fora de você. E você sabe disso.

De você.









"De todas as loucuras, de todos os desejos, de todas as fases, de todas estrelas, de todas as pessoas, de todas as classes, de todas as idiotices, de todas as vidas, as suas, com você e de você me lembro mais."

comu aqui *-*

sábado, 10 de abril de 2010

Sem mais.

"Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. "


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Quis tanto ser tua paz, que hoje você é a minha, sua voz me acalma, suas palavras são os meus caminhos e do seu lado, é de onde eu jamais deveria ter saido.

9 de Abril de 1977



Ele mantem seu sorriso ironico escondido atras da xicara de café.
Suas olheiras, seu cabelo. Oh, seu cabelo. Seu jeito desanimado de sorrir para conhecidos e compartilhar felicidades com estranhos. Cansativo, explosivo, sério. Mudando de humor mais do que mudando de roupa. Já teve recaídas, já teve vitórias. Já amou, já odiou. Outras vezes nem mesmo sabia qual dos dois sentia. Mas sabia que sentia. Não importa como, quando, com que intensidade. Sempre será o tal do sentimento que andava praticamente de mãos dadas com ele.
Instinto criativo, sarcástico, que contagia todos ao seu redor. Porém, há certas leis que muitas pessoas não sabem mas continuam querendo se aproximar dele. É o mesmo que tentar apagar fogo com gasolina. Cada vez aumenta mais essa coisa explosiva que carrega dentro de si mesmo.
Querem cair de amores por uma pessoa que não é perfeita. Que possui defeitos, que erra, que sabe aprender com seus erros mesmo gostando de cometê-los duas ou três vezes de novo.
Mas sabe a hora de parar.
Não importa a hora que é. Está sempre escuro. Para ele, escuridão não é sinonimo de tristeza. Um mundo claro é um mundo fantasiado, distante do que é a realidade. Sorri para a ultima luz que encontra em meio a um túnel que para muitos pareceria o mais escuro. Com isso, infelizmente, consegue afastar as pessoas que mais o amaram por anos.
Ele ensinou a não desistir. Persistir, mesmo quando voce se sente mais sozinho do que uma rosa em um deserto. Apenas isso. Não desistir e não se entregar à sociedade. A sociedade erra, erra feio.
Ele sorri quando é para sorrir, mas sabe levar a serio quando algo realmente precisa ser levado.Não necessita um ombro particular, pois sabe que sem pedir tem milhões a disposição. Isso o cansa. Isso realmente o cansa.
Já bebeu, já usou drogas... Já comemorou três anos sem ingerir alcool.
Mostrou seu talento em frente a 50 pessoas, que mal sabiam o seu objetivo naquele lugar. Mas também já mostrou seu talento para frente de milhares de pessoas, quase incontáveis vinte mil. Ao olho nu, parecia um sonho. Não entendia que era tão realidade. "This song is about dreams."
Fez pessoas morrerem de amor por ele, mas continuarem vivas. Na maioria das vezes, nem ele sabia e, continua sem saber. Muitas outras, já sentiram tanto ódio por ele a ponto de tentar o derrubar com a força. Não sabiam que precisariam de algo bem mais forte para conseguir fazer com que ele desistisse. Desistir não faz parte de seu vocabulário. Pelo menos não quando se dirige a primeira pessoa do singular. Não para ele, nem para quem o conhece.
O amor que ele transmite é necessário, viciante, romantico, mesmo estando em outra parte do mundo.
Para alguns, ele esta milhas longe. Para outros, está bem aqui quando o 'Play' do rádio é tocado. Esse segundo grupo de pessoas são os que sabem do talento dele. São os que, se tivessem nascidos cegos, o amariam da mesma forma.
Ele não se esconde atrás de nada e muito menos tem medo de mudar. Sabe diferenciar o que é mudança de pensamento e mudança de caráter. Seu caráter é seu, para sempre. É algo que você nasce com, cresce com e o segue até a morte. Sem excessões. Agora, os pensamentos sim mudam. Os pensamentos são mudados conforme o mundo que está em sua volta, que está caindo sobre a sua cabeça e com a resistencia que você aguenta tudo isso. Ás vezes você aguenta, ás vezes simplesmente desiste, começa algo novo. Ele não. Ele acredita em sempre progredir, melhorar.
Mesmo quando a sua profissão estava em jogo, se preocupava com os outros. Pensava que alguém poderia ficar surdo com sua simples e bonita voz. Mal ele sabia que essa pessoa poderia vir a se afastar tão rapidamente. Isso definitivamente era algo que o incomodava.
Perder pessoas que amamos nunca é tão confortável. Mas ele sempre achou o lado bom, mesmo que se as chances de haver um lado bom eram mínimas, quase descartáveis.
Acredita na força que a música tem de mudar o mundo, a vida, de cada um de nós. Ele dizia "Eu quero estar nesse palco, irmão." quando via o show dos seus maiores idolos.
Não se importa, definitivamente não se importa se pensam que está errado. Faz da sua forma, e até hoje, é o que deu certo. Pelo menos nas horas que precisava, isso deu certo. Não precisa mostrar a todos tudo o que já conquistou. O que conquistou é dele, apenas dele.
Não mostra a rua que já caminharam. Anda um pouco fora da linha e pega um atalho, buscando novas formas de encarar a vida, passando por momentos que muitas outras pessoas nunca nem tentaram se arriscar a passar. Mas quando se arrisca, se arrisca sem receio. Sem medo de ser visto ou rejeitado. Esse é o seu jeito e sabe que nada nem ninguém irá o mudar.
Desaponta-se dificilmente com alguem. Entende que ele não é o unico que erra. Perdoa seja lá quantos erros forem. Não pensa duas vezes antes de fazer isso, não precisa disso. Sabe escolher os amigos. Mesmo entre uma multidão de 300 mil pessoas consegue escolher poucos mas que durarão para a vida toda. Não importa o custo que isso lhe der. Uma amizade nunca pode ser tratada na mesma moeda que dinheiro.
Para ele, nada que possa fazer voce chorar, sorrir, pensar, refletir ou amar pode ser devolvido na mesma moeda. Nada. Tudo tem de ser tratado unicamente e sem isso seria praticamente uma vida vazia, CLARA.
Claridade é quando tudo parece estar indo bem. Nada permanece claro para sempre. Defende a idéia de que nunca ninguem ouviu falar na escuridão no fim do corredor iluminado. Ao contrário da escuridão, que as chances de encontrar uma luz sao bem maiores. Mas o problema é que algo bom, toma tempo, esforço. Isso não é todo mundo que tem. Aliás, raros e sortudos os que tem. Posso incluí-lo nessa lista.
Ele tem o mundo em mãos, tudo o que qualquer pessoa sempre quis ter. Mas isso dá certo para os fortes.
Ele tem dois caminhos a seguir. O que é mais bonito, mais facil, mais sujo, menos digno de alguém que poderia estar trabalho e tendo um futuro tão brilhante quanto um cometa, mesmo sendo uma carreira curta. Mas o segundo caminho é o que o atraiu. É o caminho que ele salva vidas, tem problemas, enfrenta obstaculos e certas horas nada mais funciona. Mas é assim que é a vida, pelo menos na visão dele.
Ele é o tipo de gente que se começa a falar, não para mais. As vezes você se cansa, mesmo sem entender qualquer uma das palavras que ele tanto sussurra. Ás vezes voce se pergunta como pode lembrar de cada face, cada olhar que já o passou na frente.
Simples. Lembra de todos como um conjunto. Tudo o que tem de retribuir ele se lembra de todos, e faz com que sua vida seja cada dia melhor.
Isso é ele.

Aquele lá que um dia está com uma roupa estilizada, desenhada, cheia de costuras e detalhes, com muita maquiagem e produções. Mas que quando sai do palco não se esquece que é uma pessoa como qualquer outra, procurando cada dia melhorar, buscar seu melhor em qualquer coisa que nele se encontra e ainda não havera descoberto. Procurando sempre alcançar seu melhor custe o que custar. Porque o seu trabalho é agradar a nós, não importa em que aspecto, porque para ele, a perfeição é tanta que aumenta gradativamente todos os nossos skills.
Fica procurando a vida inteira, talvez por meses, talvez por anos, talvez por horas, mas quando acha alguma coisa em si mesmo, procura se livrar daquilo em menos tempo possivel. Guardar lembranças de algo que por tanto tempo lhe fez de bobo para ele não é certo.
O cara que pode ter subido num palco 900 vezes, quase 1000, mas que antes de cada show se prepara como se fosse o primeiro. Seu coração acelera como o primeiro e nada mais importa, muito menos o que acontece ao seu redor que não trará a minima diferença para a vida dele.
O mesmo que bota no papel as poucas e lindas frases que vem a sua cabeça no fim de cada dia.

Enfim, esse é o personagem. Não podemos dizer ao certo, afinal ninguém de nós sabe o começo da história... Nem o fim.
Mas sabemos que algo ao longo da vida dele faz despertar em nós o amor pela musica. Por aquela música que não importa o tamanho do muro a sua frente, ela vai poder sempre derrubar definitivamente. Aquela musica que não importa o tamanho do nó que voce criou na sua vida, mas aos poucos você desata e tudo volta ao normal, como antes.
Ele colocou um filho no mundo. Está a caminho, resta esperar e ver como essa criança vai ser ao perceber a fortuna que tem em volta, não material. A conduta. Tomara que aproveite.

Barreiras se dissolvem, desentendimentos se clarificam, pois estamos dispostos a ver o melhor em si mesmo e nos outros.

O fim da historia ninguém sabe, resta esperar ele mostrar o talento que tanto o sobra. Independente de maquiagem, roupas, cabelos, beleza. O que importa é tudo o que ele ensinou que vai ficar guardado para sempre. Professor de caráter. Aliás, lembram da diferença de caráter com pensamentos, não é?

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E hoje, um pouco atrasado, tento de alguma forma, fazem uma 'homenagem' ao cara, a banda mais diretamente, que simplismente mudou minha vida, é dificil pra quem não é fã, entender o que eu sinto, entender como me dói, ah dói, dizer que não existe mais aquele My Chemical Romance, que eu conheci em 2006, que me ajudou tanto, que me foi TUDO quando eu pensei que já não tivesse mais nada... eu sim, tenho certeza que posso dizer, com a boca cheia e a cabeça erguida, como falam, MCR Saved My Life!
Sem mais.

domingo, 4 de abril de 2010

Mas...












"... pra quem tem pensamento forte o impossível é só questão de opinião."


CBJr.

sábado, 3 de abril de 2010

Retrovisor

Pelo retrovisor enxergamos tudo ao contrário. O farol fecha... Outras flores e carros surgem em meu retrovisor. Retrovisor é passado, é de vez em quando do meu lado, nunca é na frente. É o segundo mais tarde.. próximo.. seguinte. É o que passou e muitas vezes ninguém viu. Retrovisor nos mostra o que ficou, o que partiu. O que agora só ficou no pensamento. Retrovisor é mesmice em dia de trânsito lento. Retrovisor mostra meus olhos com lembranças mal resolvidas. Mostra as ruas que escolhi, calçadas e avenidas. deixa explícito que se vou pra frente coisas ficam para trás, a gente só nunca sabe, que coisas são essas!

"Aprendi...

..que amores eternos podem acabar em uma noite, que grandes amigos podem se tornar grandes inimigos, que o amor sozinho não tem a força que imaginei, que ouvir os outros é o melhor remédio e o pior veneno, que a gente nunca conhece uma pessoa de verdade, afinal, gastamos uma vida inteira para conhecer a nós mesmos, que os poucos amigos que te apóiam na queda, são muito mais fortes do que os muitos que te empurram, que o "nunca mais" nunca se cumpre, que o "para sempre" sempre acaba, que ainda não inventaram nada melhor do que colo de mãe desde que o mundo é mundo, que vou sempre me surpreender, seja com os outros ou comigo, que vou cair e levantar milhões de vezes, e ainda não vou ter aprendido tudo."

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Só tenho a agradecer a você, Paula. ^.^

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Olha...

Eu sonhei com você novamente...Você estava parada na minha frente e naquela hora parecia estar sofrendo.
Você estava perto de mim... Mas eu não conseguia te alcançar e quem acabou se maxucando fui eu!

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Do Erick, *-*

Existe sempre uma coisa Ausente

Paris — Toda vez que chego a Paris tenho um ritual particular. Depois de dormir algumas horas, dou uma espanada no rodenirterceiromundista e vou até Notre-Dame. Acendo vela, rezo, fico olhando a catedral imensa no coração do Ocidente. Sempre penso em Joana d’Arc, heroína dos meus remotos 12 anos; no caminho de Santiago de Compostela, do qual Notre-Dame é o ponto de partida — e em minha mãe, professora de História que, entre tantas coisas mais, me ensinou essa paixão pelo mundo e pelo tempo.

Sempre acontecem coisas quando vou a Notre-Dame. Certa vez, encontrei um conhecido de Porto Alegre que não via pelo menos á2o anos. Outra, chegando de uma temporada penosa numa Londres congelada e aterrorizada por bombas do IRA, na época da Guerra do Golfo, tropecei numa greve de fome de curdos no jardim em frente. Na mais bonita dessas vezes, eu estava tristíssimo. Há meses não havia sol, ninguém mandava notícias de lugar algum, o dinheiro estava no fim, pessoas que eu considerava amigas tinham sido cruéis e desonestas. Pior que tudo, rondava um sentimento de desorientação. Aquela liberdade e falta de laços tão totais que tornam-se horríveis, e você pode então ir tanto para Botucatu quanto para Java, Budapeste ou Maputo — nada interessa. Viajante sofre muito: é o preço que se paga por querer ver “como um danado”,feito Pessoa. Eu sentia profunda falta de alguma coisa que não sabia o que era. Sabia só que doía, doía. Sem remédio.

Enrolado num capotão da Segunda Guerra, naquela tarde em Notre-Dame rezei, acendi vela, pensei coisas do passado, da fantasia e memória, depois saí a caminhar. Parei numa vitrina cheia de obras do conde Saint-Germain, me perdi pelos bulevares da le dela Cité. Então sentei num banco do Quai de Bourbon, de costas para o Sena, acendi um cigarro e olhei para a casa em frente, no outro lado da rua. Na fachada estragada pelo tempo lia-se numa placa: “II y a toujours quelque choe d’abient qui me tourmente” (Existe sempre alguma coisa ausente que me atormenta) — frase de uma carta escrita por Camilie Claudel a Rodín, em 1886. Daquela casa, dizia aplaca, Camille saíra direto para o hospício, onde permaneceu até a morte. Perdida de amor, de talento e de loucura.

Fazia frio, garoava fino sobre o Sena, daquelas garoas tão finas que mal chegam a molhar um cigarro. Copiei a frase numa agenda. E seja lá o que possa significar “ficar bem” dentro desse desconforto inseparável da condição, naquele momento justo e breve — fiquei bem. Tomei um Calvados, entrei numa galeria para ver os desenhos de Egon Schiele enquanto a frase de Camille assentava aos poucos na cabeça. Que algo sempre nos falta — o que chamamos de Deus, o que chamamos de amor, saúde, dinheiro, esperança ou paz. Sentir sede, faz parte. E atormenta.

Como a vida é tecelã imprevisível, e ponto dado aqui vezenquando só vai ser arrematado lá na frente. Três anos depois fui parar em Saint-Nazaire, cidadezinha no estuário do rio Loire, fronteira sul da Bretanha. Lá, escrevi uma novela chamada Bem longe de Marienbad , homenagem mais à canção de Barbara que ao filme de Resnais. Uma tarde saí a caminhar procurando na mente uma epígrafe para o texto. Por “acaso”, fui dar na frente de um centro cultural chamado (oh!) Camille Claudel. Lembrei da agenda antiga, fui remexer papéis. E lá estava aquela frase que eu nem lembrava mais e era, sim, a epígrafe e síntese (quem sabe epitáfio, um dia) não só daquele texto, mas de todos os outros que escrevi até hoje. E do que não escrevi, mas vivi e vivo e viverei.

Pego o metrô, vou conferir. Continua lá, a placa na fachada da casa número 1 do Quai de Bourbon, no mesmo lugar. Quando um dia você vier a Paris, procure. E se não vier, para seu próprio bem guarde este recado: alguma coisa sempre faz falta. Guarde sem dor, embora doa, e em segredo.


Caio Fernando A.

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Particularmente, sou apaixonada pelos textos dele, o jeito como escreve e as palavras que ele utiliza, tudo. *-*

Foi assim...



Ambos não estavam nos planos um do outro. E ainda assim, foi incrível. Mas acabaram por se afastar, uma pena. Um desperdício de corações, de sensações, de amores e ilusões. Mas olha, ela ainda sonha com ele e ele ainda pensa nela...