sábado, 28 de agosto de 2010

Nunca vou entender


Mais um domingo que você me liga. Igual faz a uns quatro ou cinco anos. Você beija a sua mãe depois do churrasco, dá um oi carinhoso e finalmente pensa sem culpa na sua ex, cheira sua camiseta pra ver se a coisa tá muito feia e descobre que sua vida está prestes a ficar vazia: chegou a hora de me ligar. Você não sabe ao certo o que vê em mim, mas também não sabe ao certo o que não vê. Você sabe que pode ter uma mulher mais gostosa do que eu, mas por alguma razão prefere a gostosa garantida, aquela que ainda ri das suas piadas. Mesmo sendo as mesmas piadas há quatro ou cinco anos.

Aí você me liga, com aquele ar descompromissado e meigo de quem só quer ir no cinema com uma velha amiga. Eu não faço a menor idéia do que vejo em você, mas também não faço idéia do que não vejo. Eu posso ter um cara mais gostoso, como de fato já tive milhares de vezes. Mas por alguma razão prefiro suas piadas velhas e seu jeito homem de ser. Você é um idiota, uma criança, um bobo alegre, um deslumbrado, um chato. Mas você é homem. E talvez seja só por isso que eu ainda te aguente: você pode ter todos os defeitos do mundo, mais ainda é melhor do que o resto do mundo.


Aí a gente, sem saber ao certo o que está fazendo ali, mas sem lugar melhor para estar, acaba pulando o cinema que nunca existiu e indo direto ao assunto. O mesmo assunto de quatro ou cinco anos que, assim como as suas piadas, nunca cansam ou enjoam.

E aí acontece um fenômeno muito estranho comigo. Mesmo quando não é bom, mesmo quando cansado e egoísta você não espera por mim e vira pro lado pra dormir ou pra voltar à sua bolha egocêntrica de tudo o que é seu, eu sempre me apaixono por você. Todas as vezes que te vi, nesses últimos quatro ou cinco anos, eu sempre me apaixonei por você. Eu sempre estive pronta pra começar algo, pra tomar um café de verdade, pra passear de mãos dadas no claro, pra poder te apresentar ao sol sem receber mensagens de gente louca ou olhares curiosos, pra escutar uma piada nova. E você sempre ignorou esse fato, seguindo seu caminho que sempre é interrompido pelo vazio da sua camiseta fedendo a churrasco. Eu nunca vou entender. Eu nunca vou saber porque a vida é assim. Eu nunca vou entender porque a gente continua voltando pra casa querendo ser de alguém, ainda que a gente esteja um ao lado do outro. Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas exatidões não funcionam numa conta de mais.

Eu só sei que agora eu vou tomar um banho, vou esfregar a bucha o mais forte possível na minha pele e vou me dizer pela milésima vez que essa foi a última vez que vou ficar sem entender nada. Mas aí, daqui uns dias, igual faz há uns cinco ou seis anos, você vai me ligar. Querendo pegar aquele cineminha, querendo me esconder como sempre, querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro. E eu vou topar. Não porque seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo.


Do 'Depois dos Quinze'    *----------*

É que...

"Fico tão cansada às vezes, e digo para mim mesma que está errado, que não é assim, que não é este o tempo, que não é este o lugar, que não é esta a vida. (...)então eu não sentia nada, podia fazer as coisas mais audaciosas sem sentir nada, bastava estar atenta como estes gerânios, você acha que um gerânio sente alguma coisa? quero dizer, um gerânio está sempre tão ocupado em ser um gerânio e deve ter tanta certeza de ser um gerânio que não lhe sobra tempo para nenhuma outra dúvida..."

Caio Fernando, sempre *-*

sábado, 21 de agosto de 2010

Todo mundo vai embora.

Em algum momento, em vários deles ou definitivamente, as pessoas sempre vão embora. Talvez essa seja a pior coisa do mundo. Ele vai embora, sempre, quando eu preciso de quinze minutos de silêncio complementar à minha entrega, odeio o desespero dele por banhos e a sua ansiedade curiosa pelo que vem depois. Que se dane o depois, eu sou agora, ou pelo menos era.

Ele vai embora, sempre, quando o parágrafo passa de três linhas, o pensamento dele ultrapassa meus olhos, o som se perde da minha boca para qualquer outro canto do mundo que não tenha seus ouvidos e ele olha fixamente para qualquer outra coisa que não seja a minha existência. Sempre a mesma cara de tédio e de busca pelo resto que não se repete ou não se prolonga.

Ele sempre vai embora quando eu queria que ele se perdesse um pouco, rasgasse a agenda, lançasse o celular no rio, desligasse todos os toques, luzes e sinais de que há todo o resto. Esquecesse do sono, do livro, da planta, das lembranças. Ele sempre vai embora do meu mundo quando eu só queria que ele descansasse um pouco de ser ele o tempo todo, mas ele tem muito medo de não ser ele, talvez porque ele não saiba o que ele é.
Ele sempre vai embora pra descobrir quem ele é, ou para lembrar que ele é o mesmo de sempre que não sabe quem é, ele sempre vai embora antes da gente ser alguma coisa
juntos.

Vivo com essa sensação de abandono, de falta, de pouco, de metade. Mas nada disso é novidade. Antes dele, teve o outro, o outro que continua indo embora para sempre porque nunca foi embora pra sempre. Eu não sei deixar ninguém partir, eu não sei escolher, excluir, deletar. São as pessoas que resolvem me deixar, melhor assim, adoro não ser responsável por absolutamente nada, odeio o peso que uma despedida eterna causa em mim. Nada é eterno, não quero brincar de Deus.

O outro foi embora a primeira vez porque estava bêbado demais, foi embora a segunda porque ficou tarde, foi embora a terceira porque teve medo de ficar pra sempre, foi embora durante alguns longos anos porque todo o resto do mundo precisava dele e eu era apenas uma das demandas. Ele me chamou de demanda a última vez que foi embora pra sempre, mas pra sempre pode durar duas horas, dois anos ou duas encarnações. A gente sempre se despede lembrando da música do Chico que diz “o amor não tem pressa, ele sabe esperar em silêncio”.

Antes dele teve ainda um outro que sempre ia embora na espera de que existisse algo melhor do que eu, mas não ia definitivamente porque não é todo dia que aparece alguém melhor do que eu. Um dia apareceu, ela até que é bonita e tal, não parece tão confusa e intensa e talvez mediocridade seja tudo de que uma pessoa precise para ser feliz. Mas a última vez que ele foi embora, antes me deu um abraço de quem nunca saiu do mesmo lugar. O abraço e o seu olhar de quem nunca sabe direito porque vai embora ficaram pra sempre comigo.

Hoje meu novo amigo foi embora, não pra sempre, mas um segundo pode ser pra sempre se pensarmos grandiosamente, e ele me dá vontade de pensar grandiosamente. Fazia tempo que alguém não ficava tão calado enquanto eu apenas existo, fazia tempo que alguém não ficava tão perdido só porque me encontrou, fazia tempo que eu não me olhava no espelho e sorria, sabendo que sim, sim, sim, sou bonita ora bolas! Sou interessante! Da onde eu tinha tirado o contrário nos últimos meses?

Todo mundo chega na sua vida. Em algum momento, em vários deles ou definitivamente, as pessoas sempre chegam. Talvez essa seja a melhor coisa do mundo. Como naquele texto que não lembro, daquela pessoa que não lembro, e sobre o qual você me contou de um jeito que eu nunca mais vou esquecer, no final a gente acaba mesmo numa esquina qualquer, lembrando de alguém que um dia chegou e depois foi embora, perplexo.


Do Depois dos Quinze *-*

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Não entendo, não acho certo alguém que vai embora, mas deixa metade de si e leva a nossa metade consigo.  ;/

sábado, 14 de agosto de 2010

"Você não tem ideia...

do quão apavorante é ver sua face nítida em minha frente e, no segundo seguinte, quando abro os olhos, perceber que era tudo uma ilusão boba do meu subconsciente. Se houvesse alguma garantia de que, em todas as minhas noites, exaustas ou não, eu sonharia contigo, daria minha vida e um pouco mais para não acordar nem por um segundo sequer."

                Comu aqui *------*

domingo, 8 de agosto de 2010

Eu parei de sentir sua falta.



Eu te amo, eu provavelmente sempre vou te amar. Mas passamos dias sem ter uma conversa que tenha sentido.. E eu sentia tanto sua falta quando isso acontecia. Mas nunca parecia que você sentia minha falta. E eu acho que por isso eu parei de sentir a sua.


                                     Comu aqui *---*

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

So Far Away - Avenged Sevenfold


Never feared for anything
Never shamed but never free
A life that healed a broken love
With all that it could


Live a life so endlessly
Saw beyond what others see
I tried to heal your broken heart
With all that I could


Will you stay?
Will you stay away forever?


How do I live without the ones I love?
Time still turns the pages on the book it's burned
Place and time always on my mind
I have so much to say but you're so far away


Plans of war our futures hold
Foolish lies of growing old
It seems we're so invencible
The truth is so cold


A final song, a last request
A perfect chapter laid to rest
Now and then I try to find a place in my mind


Where you can stay
You can stay awake forever


How do I live without the ones I love?
Time still turns the pages on the book it's burned
Place and time always on my mind
I have so much to say but you're so far away


Sleep tight, I'm not on afraid
The ones that we love are here with me
Lay away a place for me
'Cause as soon as I'm done I'll be on my way
To live eternally


How do I live without the ones I love?
Time still turns the pages on the book it's burned
Place and time always on my mind
And the light you left remainsbut it's so hard to stay
When I have so much to say and you're so far away


I love you
You were ready
The pain is strong enough despite
But I'll see you
When he lets me
Your pain is gone, your hands are tied


So far away
And I need you to know


So far away
And I Need you to
Need you to know


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 Fo[Rev]er, sem mais.

#Confissões - Meu maior vício é você...



Imagine como é ter alguém com quem você possa compartilhar um sentimento insanamente verdadeiro, alguém que te deixe a vontade para confiar os segredos mais intensos, alguém que te faça ser o melhor de você mesmo, que te mostre a forma mais bela de encarar a vida. Imagine que essa pessoa está em seus braços, que você pode pegar na mão dela e caminhar por qualquer caminho, que você pode sentir as palavras verdadeiramente certas que diz suavemente. Imagine que você não consiga passar um dia se quer sem falar no nome dela, que você não consiga deixar de sorrir ao ver o sorriso dela, que não consiga pensar em uma vida sem esse amor. Imagine que você sinta por ela algo inexplicável, uma mescla de amizade e paixão de infância, que uma amizade intensa e mágica seja o ponto certo. Imagine, apenas imagine.
Você vê um rosto? Você sente um perfume? Você ouve um nome?

Eu tenho muita sorte de tê-la conhecido.
Minha bebe mais linda <j3

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Sim, eu vejo um rosto, eu sinto um perfume e ouço um nome... Eu te amo demais Mariana s2

domingo, 1 de agosto de 2010

Eu preciso de alguma coisa

Eu sempre preciso de alguma coisa, se é um amor, ou se é um drink, ó diabo, eu não sei, só sei que preciso de alguma coisa. Tá faltando alguma coisa, sempre tá faltando alguma coisa, se é de mudança, se é de esperança, ó diabo, não sei, só sei que tá faltando alguma coisa. Essa insatisfação que a gente sente, ou solidão permanente, tem que estar faltando alguma coisa.

                                                                   Comu aqui *---* 

#Confissões - 1 ano atrás...

"Escrever-te-ei", adoro essas mesóclises, ainda mais quando elas vem acompanhadas de coisas sentimentais, a um certo modo, claro.

Sabe, me lembrei ontem enquanto tomava banho e a água que caia sobre minha cabeça percorria o mesmo caminho que as lágrimas, normalmente percorrem, que fazia um ano desde quando tudo se foi... será que eu deveria ter te escrito mais coisas?
Ou deveria ter escrito antes, pra demonstrar como tudo aquilo fazia com que me tornasse diariamente outras pessoas, sempre uma melhor que a outra, apenas com o intuito de te fazer sorrir?
Não sei ao certo... Talvez deveria escrever algo que te fizesse gosto ao lembrar, como aquele episódio em que quase te exclui do msn por não me lembrar do teu nome, já que você fez o favor de trocar o nick. Ou quando minha mãe finalmente acertou seu nome - não que existissem outros com o mesmo ou muitos outros caras que a fizesse ter essa confusão mental - mas isso é quase um milagre, acho que se torna memorável.
Ou ainda naquela primeira vez que a gente se viu... você me pediu pra segurar tua blusa de frio, e eu chorei... aham, eu chorei!
Chorei por que você era de verdade, não adianta que outros tentem entender, mas seu cheiro era a melhor coisa que existia e eu fiquei ali, parada, chorando com o rosto no fundo da tua blusa - enquanto você, no minímo, se perguntava se eu era louca ou coisas do tipo.
Poderia falar sobre todos os sentimentos que existiram sem justificativas concretas, mas não valeria a pena, pelo menos não tanto quanto eu sei que valeu, mesmo que escrevesse 50 mil palavras elas não fariam com que quem lê isso sentisse o que a gente sentia.
Não fariam passar pela mente de outro alguém, tudo aquilo que a gente viveu nem nos precoces primeiros 30 dias... as raivas, brigas, desculpas exageradas.

Os abraços, os sorrisos, os cheiros. Seus abraços, seus sorrisos, seus cheiros. Nossos abraços, nossos sorrisos, nossos cheiros!


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Se foi assim, que seja sempre assim... que nada se perca e que nada mude! *-*