sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Todo caminho que eu sigo me leva até você

Lembro-me talvez com certo receio causado pela saudade que sinto. Dos seus dentes amarelados – já pelos incontáveis anos de fumo – por baixo da saliva, que reluziam em seu sorriso.
Daquelas duas bolas de gude castanho-esverdeadas que me fitavam com tal intensidade quando teus olhos encontravam-se com os meus. Das erupções que cobriam o seu rosto de tal forma a esconder o amigo que estava ali.
Das mãos calejadas pela arte que produzia um certo som – quase mágico, que me fazia enlouquecer ao trocar de nota – e me tocavam de uma maneira quase desesperada, passando por lugares antes inexplorados. 
Não tinha um corpo que o fizesse desejado por corpos alheios, mas o seu magnetismo, essa força que você exerce sobre mim, me fazendo entrar do seu mundo enquanto desejava apenas que você entrasse no meu.

"But I won't let this build up inside of me"

sábado, 18 de setembro de 2010

Acorda



Eu continuo desabando em qualquer filme romântico que fale de amor. Continuo me apaixonando pelo ator principal e tendo que o esquecer toda vez que aquelas letrinhas idiotas aparecem. Porque eu não posso simplesmente não me importar? Seria mais fácil não pensar nisso tudo.
Mas,  eu sinto necessidade de preencher o espaço dentro de mim com caras aparentemente incríveis.
Aconteceu de novo.
Ele não é exatamente bonito, mas é charmoso, muito charmoso. Mais velho, vinte e poucos anos de idade e muito experiência amorosa embutida em um sorriso de mil anos de aparelho – na verdade nenhum. É algo perigoso, mas um risco que eu correria por todos os dias da minha vida. Quer uma dica? Nunca se apaixone por um jornalista. Eles conseguem dizer coisas que você só saberia escrever. Isso é uma merda, você fica sempre na desvantagem. Por exemplo, outro dia ele mandou uma mensagens simulando uma doença: Estou com a gripe Bruna Vieira. Aquela que vem do nada e te deixa na cama, delirando.
Ele diz até logo, e percebe que vou entender um Adeus.  ”Querida, só estou com vontade de assistir Tv! Isso não é um eu não te amo mais. Eu sempre vou voltar.”
Você também deu um sorriso bobo agora? Eu dei.
Então eu abro meus olhos e percebo que o cara dos meus sonhos, continua no meu sonho.
Maldito script da vida real.


Do 'Depois dos Quinze'  *-*

Não deixe acabar



Segure firme minha cintura, passe os dedos sobre os meus lábios e diga que ama todos os meus defeitos – até aquele. Faça eu escutar nossa música dezenas de vezes sem perceber e finja que eu nunca desliguei o telefone na sua cara. Ame a cor do meu batom e nunca tenha receio de tirá-lo. Seja o forte o suficiente para me segurar quando eu quiser te bater, me acalme com um beijo – nojento – de novela. Sorria sempre.
Não tente me entender, tento isso a dezoito anos e a única coisa que consegui fazer. Finja que não se importa com a minha maneira louca de ver as coisas, ame isso.
Siga-me enquanto eu caminho sem destino por aí com o fone de ouvido no último volume finjindo ser a garota mais interessante da cidade. Acredite nisso.
Não espere demais de mim, eu costumo a fugir quando fazem isso.
Enquanto eu não deixo a angustia transbordar, desligue o fogo.
Faça nunca parar de ferver.
Queime comigo.


Do 'Depois dos Quinze'  *-*

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É eu sumo, eu sei, mas é que ultimamente as coisas andam tãaao estranhas, tudo gira ao redor de Nightmare...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

SWU - Avenged Sevenfold



Quando seu pesadelo torna-se real…

Os membros do Avenged Sevenfold estavam trabalhando a todo vapor no disco de suas vidas. Então, em um instante, suas vidas mudaram. The Rev morreu. Eles não perderam um baterista, mas um membro da família – um cara que era o melhor amigo do vocalista M. Shadows desde a segunda série na cidade de Orange County em Huntington Beach, e do guitarrista desde a quinta série. Rev se firmou como um dos bateristas mais impressionantes no rock e era adorado não só pela banda, mas por sua família que extendia-se e incluia fãs, desde os primeiros fãs locais quando o Avenged Sevenfold começou há mais de uma década, aos milhões que agora curtem seus discos e estiveram em seus shows memoráveis pelo mundo.

Nightmare, o álbum que a banda trabalhava quando Jimmy Sullivan morreu no final de dezembro, já estava tomando o formato de uma obra-de-arte dark, um conceito de disco que traçava uma jornada de loucura, desespero e sim, morte. As músicas uniram tudo o que o Avenged Sevenfold fez anteriormente em um prisma visionário, trazendo de um lado, um novo ponto de vista e de outro uma intensidade mais concentrada. Eles já foram ao cume da jornada do indie metal-and-beyond com seu debut Sound the Seventh Trumpetem 1999 (gravado quando os membros só tinham 18 anos), através do constante e supreendente, eles destruíram fronteiras com o City of Evil (2005), e Avenged Sevenfold (2007), que fez com que esses cinco amigos se tornassem uma força de rock global, com toda energia que foi gerada por esses garotos em seus shows (mostrado no lançamento CD/ DVD de 2008 Live in the LBC & Rough Diamonds). Mas agora, vida real – perda real – — isto quase se tornou trivial. Mesmo continuar trabalhando no disco pareceu impossível, sem importância para Shadows, os guitarristas Synyster Gates e Zacky Vengeance, e o baixista Johnny Christ.

“Íamos  ver se conseguiamos escrever uma ou duas músicas,” disse Shadows nos que dias que seguiram após a morte de Rev. “mas não conseguimos. Não tínhamos cabeça para isso. Sentados lá, tentando imaginar progressões de acordes e partes de guitarra, pareceu ridículo.”

Mas a banda logo percebeu que era impossível não continuar, isso seria quase que uma traição com o legado de Rev e seu amor por ele. Ele fez um papel importantíssimo na composição e elaboração das faixas que foram demo do disco, e justo quando faltavam poucos dias, ele morreu, ele teria completado sua última conquista, expondo cruamente suas emoções na música “Fiction” que agora parece ter previsto sua própria morte a mostrado a seus amigos que de certo modo, eles teriam que continuar sem ele.

A maioria das letras foi reescrita, o baterista Mike Portnoy (da banda Dream Theatre) foi trazido para fazer o que, em teoria, era inimitável, o produtor Mike Elizondo (Dr. Dre, Eminem, Regina Spektor) ficou para ajudar todos a se erguerem nessa ocasião transcendental “Nightmare” (o primeiro single), “Welcome To The Family,” “Buried Alive,” “God Hates Us,” “Victims,” o épico final “Save Me” – músicas terminadas antes e depois da tragédia – todas tomaram nova profundidade de emoção e significado.  Synyster Gates ficou emocionado ao escrever a letra pela primeira vez, expondo seu luto em “So Far Away.” E Nightmare se tornou verdadeiramente o disco de suas vidas, ele se tornou literalmente o disco da vida e conquistas de anos de Rev documentando as experiências mais intensas e pessoais que qualquer um possa imaginar.
“É sobre o que estávamos sentindo naquela hora e continuamos sentindo,” disse Shadows. “Quando acontece pela primeira vez. É muito mais intenso. Agora percebo que temos que viver com isso, que nunca vai mudar. O disco está muito diferente, se não tivéssemos expressado isso logo quando aconteceu. Estávamos mais vulneráveis e queríamos mostrar isso”.

Sinos tristes abrem a primeira música “Nightmare,” rapidamente colocados de lado pela bateria furiosa de Portnoy, inspirado pela aparente batida incomparável do Rev, logo seguida das loucas guitarras de Gates e Vengeance e antes de Shadows invocar o labirinto mental desnorteante do título. Enquanto há um vazio natural por todo o disco – We all have emptiness inside, we all have answers to find, but you can’t win this fight, ele canta em “Welcome To The Family” – há também um grande senso de auto descoberta, epifanía e redenção não só nas letras, mas no escopo da inventiva, se tornando música.

Duas músicas que rapidamente se tornaram âncoras do disco foram “Buried Alive” e “Victim”, a primeira um antigo grito de angústia e desespero, a segunda procurando significado na perda, com altíssimas variações gospel & soul de toques vocálicos, sem a utilização de palavras, feitos por Clare Torry, lembrando Dark Side of the Moon do Pink Floyd.

“‘Victim” “é sobre o dia que soubemos” disse Shadows, que estava viajando quando soube. “Eu voltei, preso no trânsito, chorando, conversando com sua mãe, E todos vieram para minha casa. Então, é sempre assim, todos juntos. Muito profundo, mas transparente ao mesmo tempo. Descrevendo tudo, sem segurar nada. Fizemos isso de tantos jeitos neste disco. Syn escreveu ‘So Far Away,’ uma carta aberta a ele, e ‘Buried Alive’ é sobre como estávamos nos sentindo naquele momento — Can’t breathe, the whole world has changed.”

“Fiction” era a música que Rev tinha acabado de terminar, que ajudou a acabar com qualquer dúvida sobre continuar.
“Ele não gostaria que parássemos, e se fosse qualquer outro de nós, seria a mesma coisa”, disse o baixista Christ. “Principalmente já que ele tinha escrito a música. ‘Fiction’ é 100% dele. Você quer que as pessoas ouçam o quão brilhante Jimmy realmente era, suas composições, assim como sua bateria. Muitas pessoas sabiam como ele era incrível como baterista, mas poucos sabiam o papel dele nas composições.” “Fiction” representa uma parte muito emocional do disco, mesmo que o título seja tristemente irônico. As palavras são ao mesmo tempo perturbadoras e consoladoras:

“Eu sei que você vai encontrar seu caminho, não estarei com você essa noite” escreveu Sullivan.

“Esta música prova que cada aspecto de nosso amigo e cada aspecto do Avenged Sevenfold é mais que uma banda comum”, disse Vengeance. “Jimmy, que era um cara talentoso, compôs uma das músicas mais visionárias, basicamente despedindo-se de todos, terminando dias antes de morrer e ele queria que ela se chamasse ‘Morte’. É uma música diferente de tudo o que já ouvi. Isso é o que chamamos de verdadeiro artista, que tentou criar algo nunca antes realizado, de um modo que toca as pessoas, e sua voz está nela, a única música no disco com sua voz.

E é com “Save Me” que o disco – e a banda – vão ainda mais longe e fundo do que nunca, enquanto que ao mesmo tempo, completam o ciclo das raízes e emoções cruas dessa aventura que é a vida. “É minha música favorita,” disse Shadows. “Muito Rush, Dream Theater, mas com nossas peculiaridades. Nós não tocamos muito e tentamos manter o foco. Se vai fazer uma música de 11 minutos, você não pode entediar as pessoas. O riff é o primeiro riff  que fizemos para essa música. Aquela coisa do dund-dund-dund , Jimmy estava tocando aquilo, uma coisa de tocar brincadeira. A mais legal de todas, aquele padrão kick-drum  e quando ele acelera a caixa, por todo o lugar. Nós tentamos escrever a música para que ela se encaixasse. Jimmy escreveu a maior parte da música – era de 15 minutos e nós começamos a reduzir. Foi na primeira que escrevemos e a última que terminamos. Tínhamos que chegar ao ponto onde tudo funcionava. Estou tão orgulhoso disso. O final é difícil de ouvir, mas é perfeito. Se você ouvir e continuar de volta para o começo de ‘Nightmare,’ você completa o ciclo.”

Como um todo, o disco se baseia em tudo, desde as primeiras influências e inspirações que uniu os músicos em suas juventudes ao vasto espectro de preferências que esses amigos desenvolveram durante todos esses anos, alcançando muito além dos universos do rock e punk que alguém possa esperar.

“Não seríamos o Avenged Sevenfold se não tivéssemos experimentado todo tipo de música nos nossos cérebros,” disse Gates. “Vindo de um background onde ouvindo tanta música e tendo músicos que as entendem, e podem entrar na cabeça dessas pessoas tocando nesses discos e produzindo. Essa banda tem talento para isso. Quando vamos para outros gêneros, acontee naturalmente. Nós vivemos e respiramos isso. Músicas tipo ‘Fiction’ – é uma despedida completa. Para mim, isso é um pouco do Jimmy e eu quando éramos crianças, foi como o conheci. Músicas tipo ‘Tonight The World Dies,’ é devagar, mas não é uma balada. Nós crescemos ouvindo Stone Temple Pilots e Alice In Chains, coisas do tipo. Então você tem ‘Save Me,’ a música perfeita do Avenged Sevenfold”. “Sem dúvidas quanto a ela se tornar uma futura favorita dos fãs.”

Os dois Mikes – Elizondo e Portnoy – cada um transcende qualquer coisa convencional em suas participações, indo além do esperado. Elizondo já estava a bordo quando os trabalhos formais começaram, bem antes da morte do Rev. Para alguns, pareceu uma mistura estranha, mas não para a banda. “Ele nos procurou, querendo fazer um disco como fã da banda e como músico,” disse Vengeance. “seu repertório consistia na sua maioria de rap, um pouco de country, pop, hip-hop.”

Foi aquela vasta experiência, e o fato de suas experiências virem de fora do metal, que conquistou o Avenged. O artista que a banda mais admirava, ele adiciona, fez questão de irmos além das fronteiras em nós mesmos. Então uma jogada assim pareceu perfeita.

“Para nós, é como nos rodear de pessoas que amamos, e pessoas apaixonadas pelo Avenged Sevenfold. Todas as pessoas que com quem trabalhamos são antes de tudo fãs, e Mike é um grande fã da banda” disse M. Shadows. “Ter alguém que trabalhou com Eminem e Dr. Dre chegar e dizer, ‘eu realmente amo sua banda’, significa que temos algo mais a oferecer. Não somos uma banda de metal clichê. As pessoas entendem que estamos tentando fazer algo diferente, arriscando. Mas principalmente é sobre ser real e usar todas as nossas qualidades, e ele entendeu isso. Ele veio e pôde passar um tempo conosco enquanto trabalhávamos nos disco com o Jimmy, ele viu quão mágico o Jimmy era. Quanto ele era amoroso, carinhoso, engraçado e, obviamente, um dos melhores bateristas que a Terra já viu, ele sentiu nossa união.”
Portnoy entrou num território particularmente perigoso, tanto em termos de emoções e expectativas de banda e fãs. Mas por ser um fã tanto da banda quanto do Rev, ele chegou com respeito que se comparou ao seu imenso talento.

“Mike é um cara muito legal, um meio de passarmos o legado do Jimmy para a disco,” disse Gates. “Ele disse, ‘Vou passar três dias passando três ou quarto vezes cada música. Acabou em duas semanas e meia, e ele terminou com um sorriso. Ele ficou, compartilhou estórias. Ele foi nosso cavaleiro de armadura reluzente.”
Vengeance completa, “Ele realmente nos ajudou muito, certificando que cada nota era digna do Jimmy, não se desculpou, ele disse que era assim que devia ser feito, nota por nota, do jeito que foi idealizado. Foi um verdadeiro prazer estar ao lado dele, um verdadeiro fã de música e de nossa banda.”

Nightmare marca o começo de uma nova era para o Avenged Sevenfold, o que será ninguém pode prever.
“Isso é desconhecido,” disse Christ. “não posso dizer o que vou sentir amanhã, queremos mostrar isso numa tour, e então fazer o nosso melhor para levar e continuar o legado. A meta de hoje em diante, quando dissemos que iríamos fazer esse disco, não faríamos meia boca. É o disco do Jimmy e os fãs vão adorar, e queremos que todos entendam o que aconteceu no processo.”

Segundo o próprio site do evento, aqui.
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Eu PRECISO ir, é.  

domingo, 5 de setembro de 2010

Primeiros erros



Eu poderia inventar qualquer motivo para minha súbita volta para casa – ainda posso chamar aquele lugar de casa? – mas preferi não dizer nada, simplesmente chegar no pé da escada e gritar – desafinadamente – o nome da minha mãe, que obviamente me receberia de braços abertos.

A música no fone estava absolutamente alta, isso não permitia que meus pensamentos fossem muito além do que a vegetação da estrada que eu conseguia observar pela janela do ônibus: Vaca, morro, lagoa, vaca, morro, passado.   Eu estava prestes a enfrentar tudo o que eu abandonei a pouco mais de um ano atrás, isso fazia com que aquela antiga e familiar dor no estômago voltasse.  Fechei meus olhos com força e desejei com todas as minhas forças que aquela tortura também conhecida como viagem passasse logo. Não adiantou, mais quatro horas sentada e com um nó na garganta.

Voltar para casa significava abaixar a cabeça e admitir: Eu fiz merda. Embora eu saiba que eu não tenha voltado por esse motivo, para todos os os outros trinta mil – idiotas – habitantes era.
Chegamos.

Rodoviária, pessoas cometendo o mesmo erro.
Indo embora sem dizer adeus, sem colocar ponto final, deixando tudo em vírgula. Eu queria poder avisar,  que quando se está em outro texto, reescrever uma antiga história é – praticamente – impossível.  Era pra isso que eu voltei, fazer o impossível. Eu sabia o caminho de casa, mas não estava nem um pouco afim de pisar naquelas ruas repetidas . Chega de Flash Backs por hoje!

- Táxi, essa rua, esse bairro, esse destino! Rápido, por favor!

Minha família sempre foi a mais perfeita do mundo, sempre reclamei de coração feliz. Meu pai era um cara misterioso, mas engraçado. Sempre tive um pouco de medo dele, mas nada que um bom abraço ou noite de cólica  não me fizesse esquecer. Meu irmão seguia o mesmo estilo dele, quase um clone. Já mamãe era uma irmã, e eu a mais velha.  Embora eu não tenha muita da minha infância na memória, sei que foi algo incrível.  Tudo realmente mudou na minha adolescência, não sei exatamente quando, mas com certeza em algum momento entre um amor e outro. Ou dois ao mesmo tempo!

Abraços apertados, perguntas e mudanças súbitas de assunto.

Meu quarto estava exatamente como eu o deixei. Colagens na parede, coisas sem sentido em todas as gavetas e estrelas – muitas estrelas – no teto. A sensação de entrar naquele lugar, foi a melhor dos últimos meses. Era o meu mundo, onde as melhores – e piores – coisas da minha vida aconteceram.
Dormir o resto da tarde para só acordar quando as verdadeiras estrelas estiverem brilhando.

Já? Porque minha mãe nunca me acorda? Banho. Trinta e nove minutos para escolher a roupa, outros vinte para fazer uma maquiagem decente e um para comer e descer as escadas.
Enquanto caminhava naquela rua, e olhava as poucas vitrines da única rua principal da cidade, voltei a pensar no real motivo para eu estar alí.  Eu precisava dizer e escutar algumas coisas, e aquilo precisava ser o mais rápido possível.

- Ele está?
- Pode descer aqui um minuto?
- Depois te explico, vêm comigo.

- Eu amei você com todas as minhas forças, e isso foi tão forte, que me anestesiou.  Foi por parar de sentir que eu quis sentir novamente, por outra pessoa. Isso faz de mim a pessoas mais covarde do mundo, eu sei, mas quero que saiba que pensei em você durante todas as vezes que senti outro perfume, em outra pele.  Não quero que você me perdoe, até porque isso já faz tempo demais, pra você provavelmente é indiferente. Quero apenas ser feliz por um tempo, e colocar um fim de uma meneira que eu não me sinta mais presa a você. Quero que você me faça sofrer, para que eu te odeie com todas as forças; Eu me conheço, vai funcionar. Aceita?
(continua)


do 'Depois dos Quinze' *---* 

Quem sabe

   "Palavras até me conquistam temporariamente, mas atitudes me ganham ou me perdem para sempre."