Olhei para o celular, aquela devia ser a décima quarta vez em menos de dez minutos. Seria um exagero meu? Infelizmente já tinha tornado um tipo de vício, assim como os chicletes de menta. Sempre de menta. Se bem que pensando melhor, vícios eram pra serem coisas boas, não?
Não conseguira dormir naquela noite. Eu era apenas olheiras inundadas e pensamentos imbecis, tinha medo das minhas escolhas, por isso evitava fazê-las, fossem de qualquer tipo.
O engraçado é que tinha certeza de algo, tinha certeza de que falaria com ele, custe o que custasse... É, soa clichê, eu sei e você também sabe, mas quem realmente se importa?
Fechei os olhos e quando os abri parecia que haviam passado somente cinco minutos, quando me dei por conta já havia me atrasado cerca de uma hora. Vesti-me correndo, pus o primeiro sapato que encontrei e mal me preocupei em arrumar o cabelo, afinal quem olharia pro meu cabelo quando eu tinha uma torrada com catchup na boca? Acho que meus pais ficariam indignados se vissem principalmente minha mãe, por que quem come isso e justo a essa hora do dia?
Quando me dei conta, já estava no centro da cidade e mal lembrava porque estava lá... Aaah, é verdade, eu precisava ir até a rodoviária encontrar aquele que tinha sido o cara da minha vida por alguns anos.
Aliás, nunca entendi porque falar que alguém é o amor da sua vida quando ele pode te chutar se assim bem entender! Depois dizem que mulheres são complicadas, não, nós não somos complicadas, apenas questionamos demais, é diferente.
Cheguei. E agora? Olho para o relógio novamente e ainda falta meia hora para o ônibus chegar e claro, sem contar aqueles dez minutos básicos.
Começo a ficar impaciente. Ou será que sempre fui e só agora me dava conta disso? Não sei e acho que não preciso de mais uma dúvida nesse momento. Esquecer. É, foi o que eu tentei fazer quando vi que faltavam somente vinte e sete minutos...
Quando voltei a mim o ônibus havia chegado. O que fazer? Esperar aqui mesmo, ir até lá e correr até seu encontro como de costume ou me trancar no banheiro e quando der sair correndo?
Aliás, por que eu insisti nisso? Não havia concordado com o fim? Você é uma anta Aline, uma anta!
Bom, vamos lá né...
E lá estava ele, parado ao lado dos bancos enquanto olhava para a avenida. E lá estava eu, novamente correndo ao seu encontro, mais uma vez.
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Aaaah, os contos do DDQ e da Bia me inspiraram e como eu nunca havia escrito uma crônica, resolvi tentar, quem sabe saí uma nova coluna @_@
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